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Endemônio (2017)

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Juliano Berko Endemônio (2017) 54’38’’   I. Escarro [Juliano Berko] 6’32’’ II. Vivat Comaedia ! [Sérgio Berquó/Juliano Berko ] 6’13’’ III. Liebesliede [ Juliano Berko ] 5’44’’ IV. Lone Night Biker [ Juliano Berko ] 6’29’’ V. Jamais [Juliano Berko ] 3’01’’ VI. Hiperbóreo [Juliano Berko ] 4’21’’ VII. Guerreiro [F. Nietzsche/Juliano Berko/Hélio Jr .] 4’14’’ VIII. Alegria [ Juliano Berko ] 6’11’’ IX. Eu Não Sei Viver Se Não For de Pé [Juliano Berko/Heinrich Köselitz ] 4’27’’ X. Nitimur In Vetitum [Juliano Berko ] 7’21’’     Bateria e Teclados [Piano Eletrônico 2.6]; Guitarras, Baixo, Violão; Todas as Letras, exceto “ Vivat Comaedia !” [Sérgio Berquó] e “Guerreiro” [adaptação por Juliano Berko para o capítulo “Da Guerra e dos Povos Guerreiros”, “Assim Falou Zaratustra”, Nietzsche]; Todas as Músicas, exceto “Guerreiro” [Hélio Jr.] e “Eu Não Sei Viver Se Não For De Pé” [Heinr...

01. Escarro

Escarro [Juliano Berko] Aquilo que é sempre indômito, perenemente vindouro: o futuro Se para ti é obscuro e te cegas, pois, para mim está claro Sou ciumento da luz da lua nas madrugadas mais estreladas Apenas querendo eu posso poder, não há potência sem querer!  Eu rumino o acaso com lentidão Com a paciência de Jó e a obediência de um cão Eu também já tive pavor do espelho: Quanto horror adiciono àquilo que me assemelho! Não pretendo ter um bom coração, senão, um coração bom de mira Que ame a vida por toda a eternidade ou que me mate agora Na carne de todo o presente implacavelmente mergulhe e desfira No pêlo do animal afora golpe em que afunde tal qual espora Eu também tive que superar o asco: Sou professor por — “profissão”: não é o que menos se professa...? Quem conhece meus defeitos, falhas de caráter, E ainda assim me amar — como eu poderia lhe perdoar?  Como eu toleraria a...

02. Vivat Comaedia!

Vivat Comaedia ! [Sérgio Berquó/Juliano Berko] Eu sou só, mas não sou só eu Jaz em mim seu cheiro de jasmim A saudade é uma hidra: Mata uma, nascem três Trabalho hercúleo é matar Toda a saudade de uma vez Se eu disser “ vâmo ?” — bora? Se ‘cê disser “quando?” — agora! Se ‘cê disser “aonde?” — Eu digo: mundo afora! Se eu levar-te flor — aroma Se ‘cê falar “amor?” — romã Se se apagar a chama, então — até amanhã! Pulsações mais rápidas que sinapses Hay que escurecer sin perder la penumbra Everybody needs translation Longing não precisa tradução Tudo aquilo o que escrevo São torpedos sem direção Não para acertar ninguém, Mas, pra sair do coração E estes versos — aos amigos Que transmutam em alegria Todos os perigos dessa insana alquimia Em nome da mãe, Da filha E da espírita santa, Amem!

03. Liebesliede

“Devemos nos despedir da vida como Ulisses de Ítaca : Bendizendo mais do que amndo .” [Nietzsche, “Humano, Demasiado Humano”] Liebesliede [Juliano Berko] Escrevo cartas nas quais me despeço de meus amigos Numas rubrico “O Pregado”, noutras “Dionísio” Deveria guardar recato quanto ao meu sofrimento — que é tanto... Me despeço da vida um pouco a cada dia! Bendizendo — tal qual aquele alemão que nos disse um dia: “Como Ulisses de Ítaca , mais do que amando...” Ri melhor quem ri primeiro — da própria tragédia! Engole o orgulho, engole o choro — vida a comédia! Se claudicante, coxeando — ainda estive em Arcádia Me levanto e dou as costas — a toda misericórdia Ao rebanho, a morte lenta — a Terra já está farta! “Pregador da morte rápida” — efígie em minha porta! Nunca sofri da solidão — e sim da multidão Quê me diz o destino, então? – “Te tenho em minhas mãos!” Do país da loucura, tenho visto per...

04. Lone Night Biker

Lone Night Biker [Juliano Berko] I ride my bike alone in through the dark of night Unlock the starlight chamber, to forget what I don’t want to remember Alone, I ride my bike, I never bark, I bite While the night goes on, I recall what I won Alone, I ride my bike, thus, increases my might It doesn’t matter how is the weather I can take a storm as a crown of thorns You may miss me, but I am one misfit I really don’t care, I’m a knight of nightmare I am not one to hide, but I’m one of a kind I wear a helmet of air, because I have a hardhead I sing along my song, behold my red light sign! One may want to kill its own will While others may hate theirs own fate I have read each book, then, throw my fish hook But I haven’t got a match, there was no fish to catch I ride my bike alone Into forbidden zones I have no path to follow I make my home from the hollow If life is ge...

05. Jamais

Jamais [Juliano Berko] No deserto em que habito Estou habituado aos perigos Pois, meu lado mal é meu lado melhor! No recanto em que descanso Canto aos céus o meu destino Sou um tentador e essa definição É uma tentativa e uma tentação...  Nunca diga: “nunca diga nunca” Diga: jamais!  Há tanto expulso do “paraíso” E não me perdoam o meu sorriso! Pois, não farei igual — eu farei pior..! Postado em frente aos portões Encarno minhas contradições Não digo ‘não’, senão, na ocasião De negar o negador pra ser — afirmador...  Nunca diga: “nunca diga nunca” Diga: Jamais me arrependi do dia em que nasci E se alguém afirmar ter me ouvido falar Qualquer coisa que talvez me contradiga Como negar, se eu afirmo até os meus piores dias?!

06. Hiperbóreo

Hiperbóreo [Juliano Berko] Eu, um Hiperbóreo, aqui habito, além dos vossos trópicos Vivo o meu verão, não me preocupa o que os ventos trarão É bem melhor bater dentes que pôr tudo em panos quentes! Eu, um hiperbólico, vos digo: além do bem e do mal Onde o sol nunca se põe há também um frio invernal E muitos vão se queimar no gelo de uma nova moral! Que me importa a ira de um Deus que não sou eu? Ou a tábua de uma lei que a minha mão não escreveu? Que me importa a ferida — se eu mesmo trilho meu caminho? Minha verdade é a vida! Que justiça há em morrer pelo “pecado” de alguém?! Eu não quero viver pela culpa de ninguém! Que bobagem seria! É preciso crer na vido eterna Não no céu, sim na Terra! Eu, um nobre clássico, enterneço tal qual a videira doura Com meu fio de ouro eu enforco o distinto Minotauro O que chamam “labirinto” é o meu matadouro! Eu, um herói trágico, à sombra da árvore ...

07. Guerreiro

*Baseada no capítulo "Da Guerra e Dos Povos Guerreiros", "Assim Falou Zaratustra", Frederico Nietzsche (1885). Guerreiro* [F. Nietzsche/Juliano Berko/Hélio Jr] Para Francinaldo e Semira Não espero indulgência do inimigo nem de quem amo de coração Portanto, eu te digo a verdade: na guerra, és meu irmão! Não desconheço o ódio e a inveja que enlameia a minha paixão Contudo, desconheço a vergonha que freia a minha ação Ainda hoje vejo muitos soldados: quisera eu ver muitos guerreiros Na batalha pelo conhecimento, eu espero ter companheiros  De “uniforme” chama o seu traje, guardião da sua conduta Porém, que não seja uniforme o que este traje oculta Como ponte, amo a paz que me leva a uma nova guerra E celebro sempre quando é curta e a calmaria encerra Não aconselho o trabalho, sim a luta; não aconselho a paz, sim a vitória Seja o meu trabalho uma luta! A minha paz uma vitória! Na maldade...

08. Alegria

Alegria [Juliano Berko] Para Letícia O seu nome até então nada me dizia Agora o meu coração se enche de alegria Devo te agradecer tuas palavras gentis Sei que da natureza és um acaso feliz Decifrei maravilhado milenar enigma De repente, como um raio veio à minha vista Da santíssima trindade, um novo paradigma: Tu és musa inspiradora, obra de arte e artista Brilha mais que o sol o teu sorriso É o que há de mais bonito Mais que a lua cheia a tua beleza Persegue o infinito Nó que me ata ao destino, o teu carinho É o que eu mais preciso Minha mais elevada esperança, o teu olhar É o de uma deusa que dança! Não é toda hora, nem em qualquer esquina Que no peito uma paixão vem e nos desatina Algum deus deve ter semeado em mim loucura Ai de mim, que há tanto estive à sua procura! Apesar de não ter ido muito com a sua cara O inverno, meu mau hóspede, me acostumara E se h...