07. Guerreiro





*Baseada no capítulo "Da Guerra e Dos Povos Guerreiros", "Assim Falou Zaratustra", Frederico Nietzsche (1885).

Guerreiro*
[F. Nietzsche/Juliano Berko/Hélio Jr]
Para Francinaldo e Semira

Não espero indulgência do inimigo nem de quem amo de coração
Portanto, eu te digo a verdade: na guerra, és meu irmão!
Não desconheço o ódio e a inveja que enlameia a minha paixão
Contudo, desconheço a vergonha que freia a minha ação
Ainda hoje vejo muitos soldados: quisera eu ver muitos guerreiros
Na batalha pelo conhecimento, eu espero ter companheiros 

De “uniforme” chama o seu traje, guardião da sua conduta
Porém, que não seja uniforme o que este traje oculta
Como ponte, amo a paz que me leva a uma nova guerra
E celebro sempre quando é curta e a calmaria encerra
Não aconselho o trabalho, sim a luta; não aconselho a paz, sim a vitória
Seja o meu trabalho uma luta! A minha paz uma vitória!

Na maldade, o fraco se encontra com o arrogante, mas não se compreendem
Só impera a paz e a tranquilidade quando com flechas se entendem
Dizem que a guerra se justifica se for feita por boa causa
Eu vos digo: a boa guerra justifica qualquer coisa
O que é “bom” é ter coragem — não piedade, mas a bravura
Que até hoje salvou os náufragos na noite escura

Que seja a uma elevada esperança o que tenho de amor à vida!
Poupar-me e buscar viver muito não me agradaria!
É sublime meu coração e, quando se abre, assombra a visão
Com tanto ódio ao inimigo, tanto amor à experiência!
A revolta é a virtude do escravo: seja a tua virtude a obediência
Ao desejo mais depurado: devemos ser superados!

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